Agentes de combate às endemias - Profissionais atuam diariamente nos bairros de Boa Vista na prevenção de doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti

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Mais do que uma simples visita, os agentes de combate às endemias (ACE) estão dia a dia batendo portas de casa em casa, orientando a população sobre prevenção e os riscos de diversos tipos de doença. O olhar diferenciado deles tem como principal finalidade prevenir e controlar a proliferação de doenças provocadas por vetores transmissores de doenças como a dengue, malária, leishmaniose, doença de chagas.

Os agentes trabalham também com foco no controle de roedores e na prevenção de acidentes por cobras, escorpiões e aranhas. Além disso, promovem ações de vacinação de cães e gatos contra a raiva. O secretário municipal de saúde, Cláudio Galvão destaca que esse trabalho é de fundamental importância para mapear informações oportunas e aumentar a eficácia do combate às doenças.

“Temos avançado bastante nas ações de prevenção à saúde junto à população e esses trabalhadores são de suma importância, pois levam até as casas orientações e informações prevenindo assim várias doenças”, disse o secretário.

Apesar da importância do trabalho desses profissionais para a comunidade, um dos principais obstáculos durante as visitas é a indisponibilidade dos moradores em permitir a entrada para verificação dos quintais.  É o que conta a agente Yara Souza Barbosa, que trabalha nas visitas domiciliares há mais de dois anos e conhece muito bem essa realidade.

“Temos muita dificuldade, a principal é o receio de o morador abrir as portas, muitos ainda dão inúmeras desculpas, é importante que eles abram e nos acompanhem nas visitas, pois a maioria das vezes nós encontramos objetos e utensílios que são possíveis criadouros da dengue ou focos de outras doenças. O trabalho que fazemos é importante. Só a quantidade de focos que a gente elimina diariamente já evita muito os casos de doenças em nossa cidade”.

Combate ao mosquito

As atividades dos agentes são uma estratégia importante para o combate ao Aedes aegypti, o grande vilão que tem sido um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil, por conta da transmissão de doenças perigosas como dengue, chikungunya e zika vírus.

A Prefeitura de Boa Vista tem intensificado a cada ano as atividades dos agentes nas residências visando o combate ao Aedes, que apresenta o maior número de criadouros nos quintais das casas e no lixo armazenado de forma inadequada.

O resultado do 3º Levantamento de índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) classificou Boa Vista com alto risco para transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya, com percentual de 9,3%.

Dos 6.116 imóveis visitados para o levantamento, 568 apresentaram larvas do mosquito Aedes aegypti. Este resultado é importante para mensurar os desafios no combate ao mosquito neste período de chuvas, na capital.

Tanto para o LIRAa quanto nas visitas de rotina, é essencial que a população permita a entrada dos agentes para verificação dos quintais. Os profissionais estão fardados e com crachá de identificação da prefeitura.

O morador do bairro Pintolândia, Rodrigo Ferreira Gomes, autônomo recebeu e acompanhou a agente Yara, em todo o trabalho de visita. “É muito importante esse trabalho da prefeitura, pois temos crianças em casa e isso evita doenças, eu abri aqui a casa e acompanhei e vi que preciso fazer muitas mudanças aqui no quintal para evitar a proliferação do mosquito”.

Parceria – A população deve ser parceira nessas ações, abrindo e acompanhando os agentes que andam sempre identificados, na vistoria das residências, na inspeção cuidadora de depósitos que são possíveis criadouros de mosquito ou outras doenças.

Recentemente a prefeitura firmou parceria com o Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) para auxiliarem nas ações de combate ao Aedes, eles começaram as atividades nesta terça-feira (16), nos bairros Cambará e Silvio Leite.

Os militares da Força Aérea Brasileira também se uniram aos agentes e estão trabalhando juntos nos bairros Caimbé e Asa Branca, desde o dia 10 deste mês. Os bairros foram selecionados por apresentarem alto índice de infestação do mosquito.